domingo, 12 de agosto de 2018

Alckmin elogia o pacote do veneno! Samuel vota contra o direito de sabermos se um alimento é transgênico. Jeito tucano de defesa da vida (?)...

Somos o maior consumidor de agrotóxicos do mundo e dos 50 venenos que mais utilizamos, 22 já são banidos na União Europeia!
No Brasil, 100 mil intoxicados todos os anos em decorrência do uso de veneno na agricultura, com 3,5 mil óbitos. 

Quando vimos num momento de busca de alimentação saudável e defesa da vida, lideranças tucanas defendem o contrário: veneno na agricultura e alimentos transgênicos.

Na última semana, o tucano Geraldo Alckmin, elogiou o Projeto de Lei 6299/2002 que fexibiliza ainda mais o uso de agrotóxico no Brasil dizendo que "não é lei do veneno, é 'remédio'! 

https://folhadiferenciada.blogspot.com/2018/08/declaracao-de-alckmin-sobre-pacote-do.html

Na mesma linha o deputado Samuel Moreira votou, em 2015, pela aprovação do Projeto que Lei que acaba com a obrigatoriedade da rotulagem dos alimentos transgênicos (PL 4841/2008)

https://www.cartacapital.com.br/blogs/parlatorio/veja-a-lista-de-deputados-que-derrubaram-a-rotulagem-de-alimentos-transgenicos-4519.html

Quer conhecer mais sobre o tema?
Reproduzo aqui alguns artigos e convido você a assinar e compartilhar o MANIFESTO CONTRA O PACOTE DO VENENO


Fiocruz: Pacote do Veneno trará impactos graves à saúde pública
25 Maio 2018   
Segundo a centenária Fundação Oswaldo Cruz, o PL 6299/2002 desmonta a regulação dos agrotóxicos vigente no país e ameaça a saúde da população

Por Bruno Taitson

“O texto do PL 6299/2002 desconsidera os impactos para a saúde, o meio ambiente e a economia da nação”. Com essas palavras, o especialista em Ambiente, Saúde e Sustentabilidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Guilherme Franco Netto, resumiu alguns dos problemas do projeto de lei, também conhecido como o Pacote do Veneno, que pode ser votado nesta terça (29/5) em uma comissão especial da Câmara dos Deputados. 

A apresentação de Franco Netto foi realizada na última quarta (23/5), em audiência pública requerida pelo deputado João Daniel (PT-SE) na Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara. De acordo com o especialista, que tem pós-doutorado e doutorado em epidemiologia, além de mestrado em saúde pública, o PL representa um grave retrocesso para o país. 

“O projeto tenta fazer um desmonte da regulação de agrotóxicos no Brasil, que é uma conquista derivada da Constituição de 1988, sob um espírito republicano. Esse PL tem como objetivo flexibilizar as regras e reduzir custos para o setor produtivo”, criticou.    

A apresentação do especialista da Fiocruz – órgão centenário e mundialmente reconhecido pela excelência em ciência e tecnologia em saúde – apontou diversas consequências negativas advindas do uso de agrotóxicos no Brasil e no mundo, que serão potencializadas caso o PL 6299/2002 seja aprovado. 

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam para 25 milhões de casos anuais de intoxicação por agrotóxicos no mundo, com mais de 20 mil mortes/ano. No Brasil, números extremamente subnotificados, segundo Franco Netto, dão conta de 100 mil intoxicados todos os anos em decorrência do uso de veneno na agricultura, com 3,5 mil óbitos. “Há informação e evidências científicas expressivas e robustas mostrando danos em humanos decorrentes da exposição aos agrotóxicos”, salientou. 

Câncer e mutações genéticas

A apresentação destacou, utilizando como fonte ampla literatura nacional e internacional, correlação direta entre o emprego de agrotóxicos e diversos tipos de câncer, como linfomas, leucemia, sarcomas, tumores cerebrais e cânceres de mama, de testículos e de próstata. De acordo com Franco Netto, o projeto de lei, se aprovado, faria com que pesticidas cujas substâncias causem esses efeitos possam ter o registro homologado.

Desregulações endócrinas

Para a Fiocruz, não há dúvidas: “os agrotóxicos podem suprimir, reduzir ou aumentar a liberação de hormônios, afetando diversos sistemas, podendo levar, inclusive, a atraso na puberdade e infertilidade”, potencializando os riscos de enfarto agudo do miocárdio, obesidade e diabetes tipo 2. “Os agrotóxicos agem em nossas glândulas e em nossos sistemas hormonais, produzindo alterações significativas em processos regulatórios biológicos”, observou o especialista da entidade. Pelo texto do PL 6299/2002, esses impactos “deixarão de ser proibitivos no registro de agrotóxicos”.

Outras consequências

Ainda de acordo com Franco Netto, o projeto de lei traz uma enormidade de impactos negativos para a saúde humana. O texto facilita significativamente o registro de agrotóxicos com substâncias que possam afetar o sistema neurológico, além de aumentar a frequência da doença de Parkinson, de depressão e até mesmo de suicídio, informou o pesquisador. 

Também segundo a apresentação, engrossam a lista de impactos potencializados pela nova lei “atraso no desenvolvimento motor, comportamental, intelectual, reprodutivo , hormonal e imunológico, abortos, mortes fetais relacionadas a anomalias congênitas, redução da viabilidade e da motilidade espermática, diminuição no número de espermatozoides, perda da libido e impotência sexual, dentre outras consequências”. 


A comissão que analisa o PL 6299/2002 (Pacote do Veneno) se reúne na próxima terça (29/5), já com objetivo de votar o projeto, que tem parecer favorável do relator e apoio da bancada ruralista.     

https://www.wwf.org.br/?65683/Fiocruz-Pacote-do-Veneno-trara-impactos-graves-a-saude-publica


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ALERTA A SOCIEDADE SOBRE O PACOTE DO VENENO EM PAUTA NA CÂMARA DOS DEPUTADOS

As organizações abaixo assinadas repudiam veementemente o parecer do deputado Luiz Nishimori (PR/PR) sobre o Projeto de Lei 6299/02, de autoria do Ministro da Agricultura Blairo Maggi, que tramita em comissão especial na Câmara dos Deputados desde julho de 2015.

São diversos os retrocessos que propostos neste Projeto de Lei:

Muda o nome “agrotóxico” para “defensivo fitossanitário”, escondendo o verdadeiro risco destes produtos;
Autoriza o registro de agrotóxicos sabidamente cancerígenos e que causam danos no material genético, problemas reprodutivos e relacionados a hormônios e má-formações fetais;
Cria o RET (Registro Especial Temporário) e a AT (Autorização Temporária) para qualquer produto que tenha sido aprovado em algum país da OCDE. Dessa forma, despreza tanto a autonomia e soberania do Brasil, como desqualifica a pesquisa e a ciência brasileiras, desconsiderando nossa biodiversidade única no mundo, bem como as características alimentares da população brasileira;
Retira a competência dos estados e municípios em elaborar leis mais específicas e restritivas, ferindo o pacto federativo estabelecido;
Define que o Ministério da Agricultura será o ÚNICO agente do Estado responsável pelo registro, uma vez que a ANVISA (Ministério da Saúde) e o IBAMA (Ministério do Meio Ambiente) perderiam o poder de veto sobre registro e assumiriam responsabilidades auxiliares;
Os órgãos de saúde não teriam mais autonomia para publicar os dados de análises de agrotóxicos em alimentos, como vem fazendo nos últimos anos, destacando os resultados preocupantes que vem sendo encontrados;
Nossa legislação atual tem limites para garantir a reavaliação de agrotóxicos cancerígenos. O glifosato, por exemplo, está em processo de reavaliação há 10 anos, mesmo após agências internacionais de saúde como a IARC terem reconhecido seu caráter carcinogênico. Dos 50 venenos que mais utilizamos, 22 já são banidos na União Europeia, que também restringe práticas nocivas de aplicação como a pulverização aérea de agrotóxicos, ainda permitida no Brasil.

Com as leis atuais, somos o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, os venenos não pagam diversos impostos no país e são responsáveis por graves índices de adoecimento humano. Caso este PL seja aprovado, a situação do Brasil será perversamente agravada.
Os deputados que querem a aprovação do PL integram a Frente Parlamentar da Agropecuária (Bancada Ruralista) e atuam para defender os interesses da indústria agroquímica em detrimento do meio ambiente, da saúde pública e do apoio aos pequenos agricultores e à agroecologia.

Não podemos tolerar esse retrocesso. A votação do projeto de lei está prevista para o dia 08 de maio: mobilize-se nas redes sociais, escreva para o seu parlamentar e defenda nosso direito de ter uma alimentação saudável. Manifeste sua preocupação com a saúde da sociedade, e especialmente de quem trabalha ou mora no campo e está ainda mais exposto aos agrotóxicos. Converse na rua sobre o assunto e proponha debates na sala de aula e no local de trabalho.

Vamos mostrar que somos milhões de brasileiros e brasileiras contra os agrotóxicos e em defesa da vida!

http://contraosagrotoxicos.org/manifesto-contra-o-pacote-do-veneno/