Governo? Governe!
Certamente é a única medida que resta ao réu depois que teve trânsito em julgado da ação judicial é cumprir a decisão.
É esta a situação da prefeitura em relação a Ação Civil Pública
movida pelo Ministério Público do Meio Ambiente que determina o despejo das
famílias que residem na área de embargo no bairro Arapongal.

Quais medidas a prefeitura tomou, ou tomará, para garantir o
direito de moradia destas famílias quando despejadas? Questão que deixa e ser
jurídica e passa ser efetivamente uma questão social, uma questão de decisão de
governo.

Como fariam as famílias para alugar um imóvel por 350 reais e em
15 dias? Como viveriam depois destes 60 dias de aluguel “pago pela prefeitura”?
Por outro lado, os moradores atordoados com a notícia, não falaram
durante a reunião. Não conseguiam entender que uma catástrofe em suas vidas era
informada daquela maneira, fria, simples como se fosse um convite para um
passeio! E talvez por isto viam como um pesadelo.


Mas o dia seguinte chegou e a realidade veio clara já com 4
moradias demolidas pela prefeitura, escoltada pela PM. Para não deixar dúvidas
do que estava por vir.
E de lá para cá várias ações em busca de informações e em busca de
alguma saída para se ter um teto para abrigar a família, em menos de 15 dias!!!

Venho acompanhando desde domingo (19) a saga destas mais de 40
famílias. Fui convidada, pelos moradores, para uma reunião e, a pedido deles, dialoguei com o Ministério Público.
Estiveram em um grande número na Câmara Municipal, na sessão do dia
(20), para buscar apoio do legislativo. O executivo esteve representado., mas não como
governo que quer apoiar, mas esteve presente apenas na sua faceta
jurídica para dizer o que já se sabe: não como reverter a decisão judicial. Mas certamente há o que se fazer como poder público na resolução do problema social.
Os moradores reivindicam da prefeitura:
1.
Relação das casas que serão
demolidas (clareza na indicação da área embargada);
2.
Criação de uma lei municipal que
possa conceder aluguel social para todas as famílias que moram na área e que
não tenham outra moradia de sua propriedade;
3.
Que o aluguel social seja pago até
que possam ser incluídos em programa habitacional popular;
4.
Que as demolições sejam feitas
somente após as famílias serem atendidas pela lei de aluguel a ser criada;
Durante a sessão convidei os vereadores para se somarem conosco na
busca de diálogo junto ao Ministério Público para que o prazo seja adequado às
medidas que a prefeitura venha implantar para garantir moradia aos despejados.
Conheço este processo também na condição de prefeita de Registro
(2009-2012). Durante minha gestão fui a primeira a me deparar com a sentença
definitiva. Procurei o Ministério Público e obtive êxito em ampliar prazos para
a execução da ação. Desta forma incluí mais de 20 famílias nos
programas habitacionais do Agrochá 1 e D2.
Outras optaram por ficar na esperança de que reverteriam a ação (?). Diante da
determinação judicial, planejamos e atendemos as famílias
no seu direito à moradia! Além de intensificar a fiscalização para evitar novas moradias.
É inadmissível que o prefeito não tenha se planejado para
enfrentar este problema social já que desde 2014 foi acionado pelo poder judiciário para cumprir a decisão de desocupação.
As famílias poderiam ter sido incluídas em algum dos três projetos habitacionais do Minha Casa Minha Vida que deixei em andamento e foram implantados no atual governo – Jardim Virgínia, Agrochá 2 e 3 !!!
As famílias poderiam ter sido incluídas em algum dos três projetos habitacionais do Minha Casa Minha Vida que deixei em andamento e foram implantados no atual governo – Jardim Virgínia, Agrochá 2 e 3 !!!
Hoje, como vereadora, propus aos colegas vereadores que nos
somássemos buscando um diálogo com o Ministério Público para ampliar prazos
para desocupação e, acima de tudo, nos somássemos buscando com que o prefeito
apresente Projeto de Lei ou adequação da Lei de Aluguel Social, criada no meu
governo, para que possa atender estas famílias e com valor ajustado ao mercado
imobiliário atual.


Assim, ontem, 30 de março, fazendo este diálogo com o Ministério
Público, encontramos horizontes de diálogo que não foram explorados pelo
prefeito! Possibilidades que não foram
exploradas por que o Prefeito sequer procurou o MP! Preferiu a tortura psicológica da
ameaça do despejo a qualquer hora e a ameaça da multa diária de 100 reais para
muitos que sequer tem o que comer no dia seguinte.
Estamos otimistas com a possibilidade de um desfecho menos
traumático e, ao lado dos moradores, aguardamos reunião com o prefeito, solicitada pelos moradores, para
construir estas alternativas.