A
vereadora Sandra Kennedy do PT de Registro, SP apresentou e foi aprovada Moção
de Repúdio as declarações do Deputado Bolsonaro, na última sessão da Câmara de
Registro nesta segunda feira dia 10 de abril de 2017.
O
mandato popular e participativo Sandra Kennedy manifesta seu repúdio ao
discurso racista e xenófobo proferido pelo Deputado Jair Bolsonaro, no Clube
Hebraica, Rio de Janeiro, no dia 03 de abril de 2017. Veja aqui a cópia do
texto da moção que foi apresentada.
A
vereadora Sandra na defesa da moção de repudio afirmou que discursos como estes
vão na contramão do compromisso do Estado Brasileiro com os povos e comunidades
tradicionais e com o princípio da isonomia, conforme preceito constitucional
elencado no artigo 5º da Carta Magna de 1988 e no artigo 68 das Disposições
Constitucionais Transitórias (ADCT).
É
um discurso que deve ser repudiado, pois, objetiva “coisificar” as pessoas e ao
fazê-lo, viola de maneira inescusável, o fundamento maior da Constituição
Federal da República e da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que é a
Dignidade da Pessoa Humana. Além disso, as comunidades tradicionais desempenham
papel fundamental para a economia brasileira, no seu viés de sustentabilidade,
promovendo os ditames constitucionais da valorização do trabalho humano na
ordem econômica, conforme os pressupostos da existência digna e justiça social,
bem como a efetivação do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado.
Destarte,
esse discurso prolifera o ódio a partir da citação de um Quilombo da cidade de
Eldorado, em nossa região do Vale do Ribeira. Os Quilombos do Vale do Ribeira
são a marca histórica da resistência dos afrodescendentes e motivo de maior
orgulho de nossa gente, pois é a com eles que construímos os laços históricos de
memória, resistência e luta no Vale do Ribeira. Vida longa aos quilombos do
Vale do Ribeira e do Brasil.
Com
relação específica aos termos proferidos pelo mencionado parlamentar, no que se
refere aos refugiados, sublinhamos o dever do Estado Brasileiro em garantir
tratamento igualitário aos estrangeiros, devendo, inclusive, pautar as relações
internacionais nos princípios regidos em nossa constituição (Art. 4º, Incisivo
VIII e IX), que tratam do repúdio ao racismo e da cooperação entre os povos
para o progresso da humanidade.
É
inadmissível que um parlamentar, em que pese sua liberdade de expressão,
incite, totalitária e reiteradamente, o ódio na sociedade brasileira. Meu
mandato legislativo, portanto, firma seu descontentamento na reprodução de
declarações que golpeiam a legislação pátria e Tratados Internacionais dos
quais o Brasil é signatário.
Defendo
veementemente os direitos conquistados pela população indígena e quilombola e,
por isso, esperamos que a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados e Conselho de
Ética e Decoro Parlamentar do Congresso Nacional tomem ciência do ocorrido e,
ao final, caso entendam cabível, adotem as providências que a situação reclama.
Calha
destacar, por fim, o importante papel do Poder Legislativo que deve ser o de
propor e fiscalizar políticas públicas de enfrentamento ao racismo e a promoção
da igualdade racial.
Nenhum comentário:
Postar um comentário