terça-feira, 27 de março de 2018

Minha homenagens a dona Maria Preta e às "Marias Pretas". Mulheres generosas e de luta!

Na sessão solene da Câmara Municipal de Registro realizada em comemoração ao Dia Internacional da Mulher pude homenagear dona Maria Preta, moradora da Vila Nova, em nome de quem pude homenagear todas as mulheres negras, mulheres do povo, moradoras da periferia, generosas e solidárias. As "Marias Pretas" de Registro e do Brasil.

Homenagear as Marias Pretas. Mulheres negras. As negras e negros ainda não são vistos como iguais por grande parte das pessoas. E o preconceito velado agora é cada vez mais explícito compondo o tenebroso espectro do fascismo presente hoje no Brasil.
Dona Maria Preta convive com a exclusão social. Vítima de enchente perdeu seu pequeno filho Romário, de 1 ano, quando perfurou o tímpano em abrigo para desabrigados das enchentes, na Expovale, em 2002.
Homenagear as Marias Pretas que convivem com com a violência policial, com a violência entre os "seus", com a realidade do tráfico e a hipócrita política de combate ao uso de drogas que foca no jovem cooptado e usado pelo traficantes ao invés de combater a raiz do problema que dorme em berço esplêndido nos bairros nobres e, muitas vezes, de braços dados com o poder. Dona Maria Preta perdeu seu segundo filho em tiroteio na Vila. Homenagear as Marias Pretas que em meio a este contexto encontram imensa generosidade para lutar por direitos humanos e direitos sociais. Dona Maria Preta participa da Pastoral da Saúde e Pastoral Carcerária. Participa da luta contra a Reforma da Previdência e por remédios no Posto de Saúde. Por linha de ônibus que passe pela UPA e pelo direitos dos jovens usarem o CEO da Vila Nova. Dona Maria Preta está generosamente com as lutas que julga do Povo...
Minha homenagem a dona Maria Preta e à todas "Marias Pretas" deste país que dividem o meio quilo de feijão com os vizinhos e, quando não tem sequer este pouco, é capaz de sorrir, chamar "os seus" e agradecer pelo dom da vida. Mas não passivamente ou resignadamente, mas para agradecer o dom da vida que lhes permite continuar lutando por um mundo mais justo, menos desigual e fraterno para homens e mulheres.
Às Marias Pretas o meu respeito e gratidão!

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